A ARQUITETURA DA MEMÓRIA EM PELO FUNDO DA AGULHA, DE ANTÔNIO TORRES

Rogério Gustavo Gonçalves

Resumo


Este artigo procura descrever os aspectos estruturais da instância memorialística no romance Pelo fundo da agulha, de Antônio Torres, e os efeitos estético-funcionais por eles produzidos. Abrangendo a maior parte da narrativa, o plano da memória permite freqüentes saltos e intercalações de tempo e de espaço, que proporcionam um caráter, no geral, retrospectivo à narração da vida do protagonista Totonhim. Em relação ao conteúdo dessas memórias, analisamos as condições e motivações para o personagem reconstruí-las, como o sentimento de exclusão em São Paulo, ocasionado pelo desemprego, e a consequente necessidade de retorno às origens, na tentativa de recuperar suas referências. Desse modo, o estudo objetiva também evidenciar o caráter psicológico e sócio-crítico do romance, a partir da análise da representação da condição alienada do homem na sociedade moderna e do papel fundamental do trabalho na sua constituição identitária.

Palavras-chave


Pelo fundo da agulha; Configuração espaço-temporal; Memória; Sociedade; Identidade.

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