Invenção e Subjetividade

Robson Pereira Gonçalves

Resumo


O presente artigo tem como objetivo inquirir a viabilidade da utilização da teoria e da clínica freudianas para os estudos literários, a partir da noção de sintoma da obra, no seu grau subjetivo e mais profundo, a fim de apurar o saber tornado universal. Para isso, recorre-se à lição psicanalítica da intervenção nos diversos campos do saber, através da dialogização e da ética da invenção. A questão é como a invenção literária, à luz dos conceitos freudianos, pode elucidar a subjetividade humana. Nesse sentido, aponta-se a contribuição psicanalítica para os estudos literários e artísticos a partir do percurso freudiano, mediante uma saída teórica mais ampla que supere os textos canônicos de Freud sobre a relação entre a subjetividade e a literatura. Propõe-se a análise, para tanto, do projeto freudiano para uma Psicologia Científica, desde 1895, percurso de toda uma vida onde descobertas, conceituações e constatações sobre a subjetividade humana tomam corpo. Trata-se, portanto, para além de procurar um inconsciente do texto, um sujeito da “outra cena”, fantasias primordiais, estruturação edípica, processos de castração, de inquirir um conceito-chave da Psicanálise de Freud, que é o de
Pulsão (Trieb). É a partir dessa propulsão que Freud estabelecia a
relação entre o psíquico e o somático, o centro de tudo o que existe, sobretudo no tocante à subjetividade humana como causa do que chamamos civilização. Trata-se, portanto, de adequação das ferramentas fornecidas pela Psicanálise para “ler” a obra literária, da preocupação de Freud em compreender os procedimentos docriador da obra literária e como a produção dos efeitos de afetos age na recepção do leitor.

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Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada. ISSN 1984-381X

 

 

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