Sátira menipéia: uma leitura dos contos de fadas contemporâneos

Maria Eloísa Zanchet Sroczynski

Resumo


Este trabalho busca analisar textos da Literatura Infantil contemporânea brasileira, objetivando responder às seguintes questões: De que forma os contos atuais retomam os contos tradicionais e, quando o fazem, como ocorre esta retomada? Que procedimentos de forma e conteúdo são empregados pelos autores, na configuração de textos que se afirmam como a vanguarda da literatura infanto-juvenil, em relação aos contos de fadas? De que maneira o riso pode ser considerado como categoria
subjacente ao universo da construção paródica literária? A resposta a estas questões constitui o objetivo do presente trabalho, a partir da análise a duas obras fundamentais: Chapeuzinho amarelo, de Chico Buarque e Sapomorfose ou o príncipe que coaxava, de Cora Rónai. A análise das respectivas obras apoiou-se nas concepções teóricas de M. Bakhtin (1981), a respeito da “sátira menipéia”. Embora a menipéia seja um gênero vinculado ao romance, as peculiaridades características deste gênero podem ser verificadas nas narrativas curtas, principalmente em relação aos contos de fadas contemporâneos. As duas histórias são interpretadas como textos que resgatam muitas das peculiaridades relativas à sátira menipéia, conforme os postulados bakhtinianos, permitindo a leitura da irreverência, da paródia, do inusitado e da intercalação de formas narrativas como elementos característicos da carnavalização literária.

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Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada. ISSN 1984-381X

 

 

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